Tiradentes, o patrono dos Metalúrgicos Brasileiros!

 

Joaquim José da Silva Xavier, “O Tiradentes”, como é conhecido na História do Brasil, é a figura de maior importância na luta pela conquista da independência da Colônia frente ao Reino de Portugal, tendo sido o Líder da Inconfidência Mineira, movimento de libertação da Colônia brasileira e que teve como inspiração os princípios da Revolução Francesa, de Igualdade, Liberdade e Fraternidade.

O Movimento da Inconfidência Mineira, sob a liderança de Tiradentes trazia em latim o princípio consagrado: “Libertas Quae Sera Támem”, que quer dizer, na tradução para o Português: “Liberdade Ainda Que Tardia”. (Dizeres da atual Bandeira do Estado de Minas Gerais)

Assim, a figura de Tiradentes representa para nós brasileiros a luta e o anseio permanentes pela liberdade do homem, contra a opressão e a tirania e contra a exploração das riquezas. E por causa desse ideal de luta, Tiradentes foi julgado pelo Reino de Portugal e condenado à morte na forca, execução acontecida no dia 21 de Abril do ano de 1792.

Nesse contexto da nossa história, os Sindicatos Metalúrgicos reunidos no 1º Congresso dos Metalúrgicos do Brasil, realizado no Rio de Janeiro, em 1957, por identificar em Tiradentes os anseios permanentes da categoria metalúrgica na luta contra a opressão, a tirania e a exploração das riquezas e do homem; assim, foi proposto e aprovado pelo Plenário do Congresso, por unanimidade, o Patrono dos Metalúrgicos – Tiradentes.

A propósito, a categoria metalúrgica está dentre aquelas que, em todas as situações de ameaça das liberdades e da perda dos direitos fundamentais da cidadania, sempre lutou bravamente pelo respeito ao homem e aos direitos. O Exemplo mais recente dessa constatação histórica foi a Luta dos Sindicatos Metalúrgicos contra a Ditadura Militar no Brasil, no período de 1964 até 1985.

É para fortalecer um espírito combativo em nossa categoria, a partir dos ideais que inspiraram Tiradentes, que o Sintimesc homenageia e lembra a figura emblemática do brasileiro e patriota, Joaquim José da Silva Xavier, “O Tiradentes”, o patrono dos Trabalhadores Metalúrgicos do Brasil, na passagem do Dia 21 de Abril, data que marca o dia de sua morte.

Tiradentes nasceu na Fazenda do Pombal, distrito próximo ao Arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José do Rio das Mortes, no Estado de Minas Gerais. Foi dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou no Brasil colonial, nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Brasil, é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira.

 

O Julgamento e a sentença de Tiradentes

Negando a princípio sua participação, Tiradentes foi o único a, posteriormente, assumir toda a responsabilidade pela “inconfidência”, inocentando seus companheiros. Presos, todos os inconfidentes aguardaram durante três anos pela finalização do processo. Alguns foram condenados à morte e outros ao degredo; algumas horas depois, por carta de clemência de D. Maria I, todas as sentenças foram alteradas para degredo, à exceção apenas para Tiradentes, que continuou condenado à pena capital, porém não por morte cruel como previam as Ordenações do Reino: Tiradentes foi enforcado.

 

Os réus foram sentenciados pelo crime de “lesa-majestade”, definida, pelas ordenações afonsinas e as Ordenações Filipinas, como traição contra o rei. Crime este comparado à hanseníase pelas Ordenações Filipinas:

Por igual crime de lesa-majestade, em 1759, no reinado de D. José I de Portugal, a família Távora, no processo dos Távora, havia padecido de morte cruel: tiveram os membros quebrados e foram queimados vivos, mesmo sendo os nobres mais importantes de Portugal. A Rainha Dona Maria I sofria pesadelos devido à cruel execução dos Távoras ordenado por seu pai D. José I e terminou por enlouquecer.

Em parte por ter sido o único a assumir a responsabilidade, em parte, provavelmente, por ser o inconfidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior. Por esse mesmo motivo é que se cogita que Tiradentes seria um dos poucos inconfidentes que não era tido como maçom.

E assim, numa manhã de sábado, 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e onde fora armado o patíbulo. O governo geral tratou de transformar aquela numa demonstração de força da coroa portuguesa, fazendo verdadeira encenação. A leitura da sentença estendeu-se por dezoito horas, após a qual houve discursos de aclamação à rainha, e o cortejo munido de verdadeira fanfarra e composta por toda a tropa local.

 

Executado e esquartejado, com seu sangue se lavrou a certidão de que estava cumprida a sentença, tendo sido declarados infames a sua memória e os seus descendentes. Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, tendo sido rapidamente cooptada e nunca mais localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus discursos revolucionários. Arrasaram a casa em que morava, jogando-se sal ao terreno para que nada lá germinasse.

 

Curiosidades sobre a figura lendária de Tiradentes

 

NA MONARQUIA:

Tiradentes permaneceu, após a Independência do Brasil, uma personalidade histórica relativamente obscura, dado o fato de que o Brasil continuou sendo uma monarquia após a independência do Brasil, e, durante o Império, os dois monarcas, D. Pedro I e D. Pedro II, pertenciam à casa de Bragança, sendo, respectivamente, neto e bisneto de D. Maria I, contra a qual Tiradentes conspirara, e, que havia emitido a sentença de morte de Tiradentes e comutado as penas dos demais inconfidentes. Durante a fase imperial do Brasil, Tiradentes também não era aceito pelo fato de ele ser republicano. O “Código Criminal do Império do Brasil”, sancionado em 16 de dezembro de 1830, também previa penas graves para quem conspirasse contra o imperador e contra a monarquia.

 

NA REPÚBLICA:

Foi a República – ou, mais precisamente, os ideólogos positivistas que presidiram sua fundação – que buscaram na figura de Tiradentes uma personificação da identidade republicana do Brasil, mitificando a sua biografia. Daí a sua iconografia tradicional, de barba e camisolão, à beira do cadafalso, vagamente assemelhada a Jesus Cristo e, obviamente, desprovida de verossimilhança. Como militar, o máximo que Tiradentes poder-se-ia permitir era um discreto bigode. Na prisão, onde passou os últimos três anos de sua vida, os detentos eram obrigados a raspar barba e cabelo a fim de evitar piolhos.

Também, o nome do movimento, “Inconfidência Mineira”, e de seus participantes, os “inconfidentes”, foi cunhado posteriormente, denotando o caráter negativo da sublevação – inconfidente é aquele que trai a confiança. Outra versão diz que por inconfidência era termo usado na legislação portuguesa na época colonial e que “entendia-se por inconfidência a quebra da fidelidade devida ao rei, envolvendo, principalmente, os crimes de traição e conspiração contra a Coroa”, e, que para julgar estes crimes eram criadas “juntas de inconfidência”.

Historiadores como Francisco de Assis Cintra e o brasilianista Kenneth Maxwell procuram diminuir a importância de Tiradentes, enquanto autores mineiros como Oilian José e Waldemar de Almeida Barbosa procuram ressaltar sua importância histórica e seus feitos, baseando-se, especialmente, em documentos sobre ele existente no Arquivo Público Mineiro.

Atualmente, onde se encontrava sua prisão, funcionou a Câmara dos Deputados na chamada “Cadeia Velha”, que foi demolida e no local foi erguido o Palácio Tiradentes que funcionava como Câmara dos Deputados até a transferência da capital federal para Brasília. No local onde foi enforcado ora se encontra a Praça Tiradentes e onde sua cabeça foi exposta fundou-se outra Praça Tiradentes. Em Ouro Preto, na antiga cadeia, hoje há o Museu da Inconfidência.


Tiradentes é considerado Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte, 21 de abril, feriado nacional. Seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, sendo considerado Herói Nacional.

 

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tiradentes